O iraniano Amir Naderi mostra seu amor ao cinema e homenageia em particular o cinema japonês em seu novo filme Cut.
Em Cut, o protagonista Shuji, vivido por Hidetoshi Nishijima, da obra-prima de Kitano Dolls, é um cinéfilo, organizador de um cineclube, manifestante anti-cinema-comercial e em pró de cinema de autor.
Ele sai às ruas como um manifestante mostrando sua paixão destemida e sua obstinação em divulgar o cinema que admira: Ozu, Mizogushi, Kurosawa, John Ford, Buster Keaton, Hitchcock, Fellini, Glauber, Welles...
Porém a homenagem fica mais em nível de citações e declarações, a história contada dialoga com filmes japoneses de máfia, já que Shuji tem que pagar uma dívida deixada por seu irmão e usa seu corpo para isso.
O mérito de ser inquietante, chamar atenção, fazer pensar e citar tem seu vigor. Também a poesia de algumas cenas belíssimas, como os túmulos de cineastas japoneses ou Shuji se contorcendo de dor e sendo acariciado por imagens projetadas em seu corpo.
Entretanto, a potência e a violência dessas cenas muitas vezes se tornam gratuitas e o vigor da homenagem se diluem com o sangue escorrido...
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