Ao ver "Sonhos" e comentá-lo em aula, imeditamente me lembrei de "Dolls" - uma obra-prima de Takeshi Kitano... Cineasta irregular, mas que quando acerta a mão sabe fazer muita poesia com a sétima arte...
Aqui, por exemplo, fala de diferentes facetas do amor, encontros e desencontros, possibilidades e impossibilidades e transforma idéias abstratas em pictorias magníficas!
Como o casal que segue no filme do começo ao fim... em seu encontro de alma e desencontro de vida... atravessando todos os momentos do dia, todas as estações do ano, todos os estados de espírito...
Em "Dolls" vemos a simplicidade da felicidade em um brinquedinho de criança, e o fatalismo da felicidade parecer efêmera, frágil, impossível...
Casais que mesmo quando se encontram não podem desfrutar desse amor... Pior: casais que mesmo quando se REencontram, são impedidos novamente de vivê-lo...
E como em "Sonhos" de Kim Ki-Duk, Kitano também dá forma à sentimentos e situações abstratas de amor, solidão, angústia, loucura...
Me faz lembrar meu professor de criação literária citando Chico Buarque: "'ter que arrumar o quarto de um filho que já morreu' não é mesmo uma das melhores metáforas para saudade?". Ki-Duk e Kitano criam diversas...
E exploram o universo oriental com primazia... No minimalismo, nos detalhes: coloridas flores, belas e emblemáticas borboletas, máscaras, bonecos,teatros, óperas e quadros...
É o jogo de marionetes da vida transferido para 120 minutos de grande magia!
Delicado, suave, profundo...
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