Com um belíssimo título e um universo poético, Júlia Murat estréia em longas de ficção.
Ela retrata uma vila de interior onde vivem poucos senhores e senhoras vivendo em comunidade.
Eles tem uma rotina simétrica e não se abrem a nada que saia do mecânico - nem alterações do cotidiano, nem nostalgias, que dirá sonhos...
Porém algo muda com a chegada de uma jovem fotógrafa que lança outro olhar para esse lugar, de histórias que só existem quando lembradas.
Entretanto o filme acaba se apoiando no clichê da poesia intimista: os tempos contemplativos, a fotografia com recortes, sombras e penumbras, o som, as personagens silenciosas...
Tudo está muito construído e se sente a mão da diretora, sem deixar que as histórias e as personagens falem mais alto e sobressaiam.
Fica uma sensação de filme já visto, de uma história que já foi lembrada antes...
E um gostinho de quero mais, dado pelos aromas belamente construídos no filme (naftalina, café, pães, flores...)
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