sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Parada em Pleno Curso - Andreas Dresen


Primeiro filme que vejo de Andreas Dresen, alemão já com muitos anos de carreira e dezenas de títulos em sua filmografia. Daí deve vir a maturidade de seu último longa: Parada em Pleno Curso. vencedor da Mostra Un Certain Regard em Cannes.


Sem grandes experimentações ou exploração de recursos, o filme se sustenta com uma temática forte, um bom roteiro, interpretações intensas e uma competente e sintética direção.

A premissa é de um homem de classe média de meia idade que recebe um diagnóstico de câncer incurável, a partir daí tudo que veremos é o decorrer de suas reações e da progressão da doença.


Triste, triste, triste. Sensível, pungente, tocante, mérito do realismo com o qual é trabalhado o filme.


Desde a indignação, resignação e conformação que vão se alternando no paciente;


Passando pelas reações da família - esposa, filha adolescente e filho pequeno - ora de força, ora de cansaço, ora de revolta; 

Terminando com detalhes de situações da doença: vômitos, comprometimentos cerebrais, debilitação física, a perda de cabelo acompanhando o cair das folhas e a chegada do inverno... 


O passo a passo da morte e da despedida em fortes emoções e interessantes reflexões.



Uma das mais bonitas e pra mim mais estimulantes são da enfermeira que no estágio final da doença, quando a esposa começa a considerar internar o marido em um hospital, fala que isso poderá ser visto e assimilado pelas crianças como uma maneira de esconder a morte:

de não encara-la normalmente, os privando de ainda bons momentos possíveis, gerando medo e prováveis arrependimentos.


Despedidas podem ser muito tristes, mas há algo de saudável em seus rituais e por isso o filme não é um masoquismo como pode parecer, mas uma catarse de sentimentos inerentes à vida.

Ver o filme e vivenciar essas emoções sem dúvida me fizeram crescer e seguirão comigo como uma minoria de filmes segue.

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