Primeiro filme que vejo de Andreas Dresen, alemão já com muitos anos de carreira e dezenas de títulos em sua filmografia. Daí deve vir a maturidade de seu último longa: Parada em Pleno Curso. vencedor da Mostra Un Certain Regard em Cannes.
Sem grandes experimentações ou exploração de recursos, o filme se sustenta com uma temática forte, um bom roteiro, interpretações intensas e uma competente e sintética direção.
A premissa é de um homem de classe média de meia idade que recebe um diagnóstico de câncer incurável, a partir daí tudo que veremos é o decorrer de suas reações e da progressão da doença.
Triste, triste, triste. Sensível, pungente, tocante, mérito do realismo com o qual é trabalhado o filme.
Terminando com detalhes de situações da doença: vômitos, comprometimentos cerebrais, debilitação física, a perda de cabelo acompanhando o cair das folhas e a chegada do inverno...
Uma das mais bonitas e pra mim mais estimulantes são da enfermeira que no estágio final da doença, quando a esposa começa a considerar internar o marido em um hospital, fala que isso poderá ser visto e assimilado pelas crianças como uma maneira de esconder a morte:
de não encara-la normalmente, os privando de ainda bons momentos possíveis, gerando medo e prováveis arrependimentos.
Despedidas podem ser muito tristes, mas há algo de saudável em seus rituais e por isso o filme não é um masoquismo como pode parecer, mas uma catarse de sentimentos inerentes à vida.
Ver o filme e vivenciar essas emoções sem dúvida me fizeram crescer e seguirão comigo como uma minoria de filmes segue.
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