O célebre diretor Elia Kazan foi um
dos destaques da 35a Mostra Internacional de Cinema, com uma bela retrospectiva.
Autor de grandes obras de meados do século XX, Kazan foi uma figura controversa: apesar de ter sido delator de diversos colegas à época da "caça às bruxas comunistas"; ele trabalhou muito
bem a linguagem; trouxe questões importantes e polêmicas à tona
com seus filmes;
E, como disse Inácio Araújo, "ele ocupa um lugar especial no imaginário americano e mundial" e "as dores do século XX marcam sua obra e a tornam incontornável".
Em Clamor do Sexo, de 1961, por exemplo, não há como negar sua visão crítica e progressista a respeito do papel da mulher e do casamento.
A história do casal adolescente, vivido por Natalie Wood e Warren Beatty,
que na década de 20 tenta lutar contra seus impulsos sexuais em nome dos bons costumes e com isso acaba comprometendo a relação e seus sonhos é muito bonita, profunda e complexa.
Mostra o poder da repressão social e o tabu da virgindade capazes de levar uma pessoa à loucura e mudar os sonhos de uma vida.
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