domingo, 6 de novembro de 2011

Attenberg - A. Tsangari

Não é a toa que esse filme da jovem diretora grega Athina Tsangari me lembrou o filme de Giorgos Lanthimos, Canino. Afinal, ela também estava envolvida na produção e aqui ele participa como ator.

Nos dois filmes vemos conflitos densos a partir de personagens nada convencionais. Em Canino, a premissa do pai que isola sua família do resto do mundo parece justificar um pouco a estranheza das personagens. Mas aqui, em Attenberg, a premissa não é tão justificável. 


Até vemos o mesmo isolamento familiar, mas ele está apenas no comportamento: uma filha que acompanha o tratamento de seu pai em fase terminal e se despede dele, buscando sua emancipação.




Precisa e belamente interpretada pela jovem Ariane Labed, que inclusive ganhou prêmio de atriz em Veneza por esse trabalho:

A protagonista, a jovem Marina, de 23 anos, tenta se desligar do pai, descobrindo e explorando sua própria sexualidade, até então abafada.
Ela age com uma espontaneidade e uma excentricidade, como se de uma criança que não se relacionou com o mundo - parece até uma continuação de Canino


E é nessa excentricidade que está o frescor, a força, a sedução do filme: há quadros quase que de um musical, onde Marina e sua melhor amiga fazem passos de uma espécie de dança contemporânea;


Há diálogos desencontrados e poéticos; há cenas em que as personagens se relacionam como animais, se aproximando do programa de animais, comandado por Attenberg, que dá nome ao filme...




De maneira nada convencional, Athina fala de temas profundos como a morte e o incesto e traz representações performáticas, artificiais, mas ao mesmo tempo muito verdadeiras. Bastante estranho, mas bastante interessante! Seguem os gregos nos instigando!



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