sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Elena - Zvyagintsev


Conheci o diretor russo Andrei Zvyagintsev em seu longa de estréia O Retorno em outra edição da Mostra

Quase dez anos depois, Andrei volta com Elena.

Novamente um filme dramático, com personagens duras, lacônicas, graves. Narrativa construída pouco a pouco, com tempos lentos e envolventes e diferentes camadas de intenções, sentimentos, motivações...

Porém em Elena vão havendo tantas surpresas e ao mesmo pouca revelação: o convívio entre Elena e seu marido rico e sovina, suas opiniões sobre a desamorosa e cruel filha dele;

Ou sobre o filho vagabundo da própria Elena e seus netos, que esperam, sem nenhum esforço, sair da vida precária em que vivem.

Todo esse contexto em um desenrolar dado a partir da debilidade da saúde do marido de Elena. 

Esperamos ver surgir sentimentos diante de camadas de ressentimentos, frustrações, avareza, preguiça, cobiça, luxúria, tédio... 

Mas os sentimentos não vem. A maldade das personagens é o que impera e por um lado instiga, mas por outro chega ao limite do verossímil, e com isso me afasta um pouco...

Apesar de diferentes personagens, acontecimentos e curvas, o filme para mim parece monocórdico, o que é pelos cenários ou de um apartamento de classe alta sem personalidade ou por bairros periféricos. 


A repetição também é frisada pelo som e, principalmente, pela foto, sempre azulada.

Fica o excelente trabalho de tempos, dado tanto pelas boas interpretações, em especial da protagonista, vivida por Nadezhda Markina, quanto pelo roteiro e pela montagem...


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