O jovem diretor italiano Andrea Pallaoro desenvolveu um projeto ambicioso com Hannah.
Ambicioso não por excesso de intenções, mas por querer apresentar tão pouco e de forma tão precisa.
Hannah é a história de uma mulher de cerca de 60 anos cujo marido vai preso e sua vida vai sendo restringida por isso: laços cortados, dinheiro escasso, direitos confiscados.
Mas ela segue a vida com altivez.

Uma dignidade dura, silenciosa, militar.
A interpretação de Charlotte Rampling é exata. Observamos cada gesto, olhar e respiração dessa personagem. Mas paramos na observação.
A narrativa é tão meticulosamente enxuta que não deixa espaço para muita emoção e acaba se desgastando um pouco pelo excesso de economia.

Em Hannah não há convite para essa entrada, tudo permanece nas entrelinhas, nos interditos, nos silêncios. Há muita densidade presente, mas tão denso que não conseguimos nem mergulhar.
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