terça-feira, 12 de julho de 2022

Tudo em todo lugar ao mesmo tempo (Everything Everywhere All at Once ) - Dan Kwan & Daniel Scheinert

Filme bastante interessante, com uma premissa atual, distopia abordando o ser e estar contemporâneo: real X irreal ou virtual e a maneira como entram os afetos dentre tantas outras demandas em nossas vidas.

Pode-se pensar numa mistura de Matrix com linguagem tarantinesca, ou mesmo em aspectos filosóficos de Michel Gondry e narrativas como Brilho eterno de uma mente sem lembrança ou mesmo a série Kidding e certamente com muitas outras referências pop das quais muitas me escapam.

Porém onde está o grande potencial do filme é também onde há uma dispersão: são tantas referências, tanta colagem, tantas linguagens que o filme se excede.

Fica cansativo e não apenas por seus 140 minutos, mas também pelo ritmo frenético e pelo excesso de tudo. Ainda mais sem que haja uma base forte para a costura. Não há personagens tão densos para nos identificarmos e que ancorem tantas cenas de disputa, luta, transições de tempo e espaço.

Vira um espetáculo desse frenesi. Talvez de muito sucesso para um certo público, mas menos universal do que poderia.