Quando vi O Filho da Noiva me apaixonei pela narrativa ao mesmo tempo simples e profunda, divertida e dramática, com histórias românticas, familiares, profissionais, filosóficas... E ao mesmo tempo numa fluidez... Quase como uma telenovela, mas de qualidades preciosas!
Grande mérito! Um dos meus filmes do coração... (reforçando minha curiosidade e admiração pelo cinema argentino)
E isso me manteve curiosa pra acompanhar a trajetória do diretor: tanto ver seu filme anterior O Mesmo Amor, a Mesma Chuva - que trabalha dentro do mesmo universo e com o mesmo tom, porém demonstrando menos maturidade e mais moralismo. Ou no filme seguinte O Clube da Lua que trouxe algumas variações do mesmo tema (família, romance, crise econômica...), em alguns quesitos até com mais profundidade, mas de maneira geral com um pouquinho menos de sabor... De qualquer maneira, todos bons filmes: boas premissas, boas, tramas, bons atores...
Com seu filme mais recente de novo minhas expectativas, mas não sei porque algo me deixava com pé atrás... Mas veio uma estatueta de melhor filme estrangeiro, então novamente a curiosidade...
Que não fez jus...
O Segredo dos seus Olhos tem uma narrativa embolada demais, quer jogar com gêneros (romance X thriller), mas acaba não se atendo nem a um nem a outro, os personagens aqui são menos profundos, têm menos camadas e parecem mais artificiais (o que fica reforçado tb por uma má caracterização dos personagens rejuvenecidos ou envelhecidos... Atores de 40 e poucos anos interpretando personagens de 20 e tanto ou 50 e tanto...)
O mérito nos outros filmes de Campanella, de fazer uma crônica do cotidiano aqui se perde com a tentativa de uma narrativa mais elaborada e fantasiosa... O feitiço vira contra o feiticeiro e me deixa com gosto amargo de decepção na saída do cinema...
Que venha um próximo para se redimir e me arrebatar novamente!
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