A diretora americana Lisa Cholodenko vem desenvolvendo narrativas sobre o mundo gay feminino. Seja em séries como The L World ou em filmes como High Art ou Minhas mães e meu pai.
Aqui Lisa mostra uma família que vive conflitos normais e cotidianos, apesar das crianças serem filhas de duas mulheres. Há uma dinâmica e uma harmonia interessante entre todos e mesmo os conflitos não ganham destaque diferenciado por se tratar de um casal gay.
Brigas conjugais, mudança de carreira, vícios e excessos, primeiras paixões dos filhos, idas para universidade, saída de casa etc.
A questão mais específica abordada é justamente o encontro com o pai biológico, doador do esperma para concepção das crianças.
Esse encontro é interessante e traz questões à família. Porém colocá-lo como responsável por tantos conflitos é o que enfraquece a trama.
Haver um questionamento sobre a paternidade apenas pela doação de esperma é válido, também vermos um desgaste de uma relação de tantos anos e o desejo por outras pessoas é totalmente normal e ainda vermos o desejo de uma pessoa gay por uma pessoa do outro sexo é verossímil e pode ser rico e interessante, mas o filme concentrar tudo na figura desse pai surgido do nada tira um pouco a verossimilhança e complexidade da trama.

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