segunda-feira, 8 de setembro de 2025

Meu nome é Gal - Dandara Ferreira e Lô Politi

     A onda das cinebiografias musicais é paradoxal: nos enchem de expectativas difíceis de se cumprir por um lado, mas, por outro, ao escutar os grandes sucessos dos artistas, temos nosso deleite garantido...

    Não poderia ser diferente com um filme sobre Gal Costa.

    Aquém da artista e da obra, as diretoras Dandara Ferreira e Lô Politi acertam na narrativa enxuta e intimista, se focam no início da carreira artística de Gal, quando ela ainda era Gracinha, para então se tornar Gal Costa.

    O filme é sobre esse despertar, com uma Gal engatinhante, assustada, experimental.

    Sophie Charlote dá vida a essa busca com encanto e simpatia, da moça tímida mas corajosa, que larga sua cidade para encontrar os amigos músicos e parceiros. A Gal Costa que tenta agarrar oportunidades de mostrar seu talento para interpretar bossa nova, mas que começa a se destacar no movimento que ali se inicia da Tropicalia, até se mostrar consolidada por todo seu talento.

    Eram tempos quentes, de luta entre a ditadura e os movimentos de resistência e guerrilha comunista e de efervescência de posicionamentos frente a esse cenário.

    As artes em especial borbulhavam e a MPB se mostrava especialmente fértil.

    Meu nome é Gal pode não borbulhar, mas provoca a emoção e nostalgia do tempo e dos artistas especiais que retrata.

    Um filme sem arroubos, mas para se curtir e se colocar na vitrola sem medo...



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