Aos 86 anos, Clint Eastwood ainda é um dos cineastas mais atuantes da contemporaneidade. Sensível aos temas que o cercam, Clint sabe ver o potencial de uma história, em seus últimos filmes estão presentes questões profundas e contemporâneas - como a eutanasia em Menina de Ouro ou a relação entre diferentes etnias e culturas nos EUA em Gran Torino;
Histórias extraídas de bons livros - caso de As Pontes de Madison e Sobre meninos e lobos;
Ou ainda histórias reais como A Troca, Cartas de Iwo Jima ou seu filme mais recente Sully - a maioria comentada no blog.
Em Sully, Clint se inspira num acidente acontecido nos EUA em 2009, no qual um piloto ao ver sua aeronave em pane, decide fazer um pouso no rio Hudson, em Nova Iorque.
A operação era arriscada (nunca havia sido feita com sucesso) e apesar de não ferir nenhuma das mais de 100 pessoas a bordo, é questionada devido aos riscos envolvidos.
O filme acaba sendo sobre a dúvida sobre essa operação, começa ensaiando um conflito profissional de desdobramentos psicológicos, tecnológicos, éticos, mercadológicos etc. Mas que não são muito desenvolvidos.
O piloto é questionado, vive brevemente a crise, mas ao final tudo é esclarecido sem nenhuma nuance ou dúvida, fazendo com o filme seja raso e plano e não acompanhe as curvas do vôo tão emocionante.
Talvez para um público afeito a tomadas aéreas, emoções de catástrofe e buscas de herói o filme faça mais sentido.
Mas pra quem espera que a partir daí possam surgir outras alternativas como questões pessoais da vida do piloto, questões financeiras da cia aérea, questionamentos sobre talento humano X tecnológico, o filme não decola:
Sem muitas curvas dramáticas, com personagens pouco desenvolvidos, cenas repetitivas e com repetições de cenários, cores, expressões, trilhas... Acaba bem aquém de suas possibilidades de alcance.
Nenhum comentário:
Postar um comentário