Henrique Goldman tem interesse por temas verídicos, foi assim em seu longa de estréia, o forte Princesa, sobre uma travesti na Itália ou em um documentário intimista em que ele estabelece diálogos com suas próprias ex-namoradas, All the girls I've loved before.
Aqui, Goldman explora os fatos reais envolvendo o assassinato de um jovem brasileiro confundido pela polícia inglesa como um terrorista e faz o filme Jean Charles.
Para protagoniza-lo traz Selton Mello que personifica o "malandro" brasileiro, o que se arranja de bicos em bicos, que é inteligente, faz pequenas trapaças, sempre tem resposta pra tudo, ajuda os amigos, é animado, faz festa, dá apoios etc.

Ela que se esforça para chegar a Londres, depois se questiona sobre o tipo de vida vivido por estrangeiros, que abrem mão de suas profissões para trabalhar em serviços e ganhar salários que se tornam mais atraentes pela diferença de poder da moeda.
Os pretensos sonhos e conflitos de Jean nem chegam a ser formulados (e talvez não tenham amadurecido mesmo durante sua vida), eles são aniquilados junto com Jean. E quem resgata esses sonhos acaba sendo sua prima.

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