
Agora Wood investe em uma grande personalidade de seu país, Violeta Parra e para isso se emancipa de uma narrativa mais clássica e busca na linguagem a força e crueza de sua personagem.
Violeta foi para o céu traz um título doce, carinhoso, saudoso para uma personagem que de tão dura chega a ser violenta, explode em criações e rompantes, afaga, agarra, sufoca e afasta até os queridos mais próximos.
Ressentida com tantas dificuldades, do pai músico e alcoólatra, a mãe mostrada ausente, casamento sem identificação, morte de filho, paixões tortuosas, luta pela cultura e pelo país...
Lembra filmes de outras grandes mulheres como Camille Claudel ou Frida.
Mas Violeta tem uma trajetória muito própria, singular em tudo, dificulta qualquer identificação e aproximação mais afetuosa.
E o filme é fiel a isso, a narrativa nos intriga, nos instiga e nos cativa pela curiosidade pela personalidade geniosa - e genial -, mas não pela emoção.

Lindas canções, lindas artes plásticas, bela história.
Acertada decisão de Wood em filmar sua história, acertado trabalho de decupagem, mise-en-scène, fotografia, arte, som...
E acertada escolha de casting! Que em grande parte se deve à insistência da própria atriz, inicialmente contratada apenas para cantar, mas que soube roubar a cena e conquistar merecidissimamente o papel!
Parabéns à praticamente iniciante em cinema, Francisca Gavilán!
Gracias Violeta, gracias Wood, gracias Gavilán, gracias a la vida!
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