Documentário musical de figura ilustre. Difícil não se interessar pela genialidade e espontaneidade do rockeiro Raul Seixas. (Trabalho de garimpo com material brilhante per si, (como outros como Uma Noite em 67, já comentado aqui)

Realmente deixa transparecer a obstinação precoce de Raul pelo rock, sua intensidade em tudo que fazia, sua afetuosidade, sua criatividade, sua versatilidade...
Isso tudo está lá, impresso em alto e bom som!

Explora bem alguns depoimentos mais ilustres como de Caetano e Nelson Motta, mas apenas pincela com Tom Zé, por exemplo.
Acaba propiciando certo constrangimento com as figuras desconhecidas que dão seu depoimento como uma possibilidade do minuto de fama.

E acaba incentivando também questões em tom de intriga, sobre quem teria sido o melhor parceiro ou melhor parceira.



Um lado intimista de Raul que poderia ser mais revelador! (que está mais rascunhado pelas imagens de arquivo).
Por exemplo ao final, em certa reconstituição dos passos daqueles que acompanharam os minutos finais desse grande ídolo. Desnecessário.
O resgate histórico do material iconográfico e principalmente sonoro é riquíssimo, mas a abordagem infelizmente fica aquém.
Principalmente pela expectativa provocada por esse excelente diretor de fotografia (entre os mais recentes: Terra Estrangeira, Lavoura Arcaica, O Céu de Sueli, Santiago, Heleno) e por esse diretor já consolidado com o belíssimo documentário Janela da Alma, a boa ficção Cazuza, o tempo não pára ou mesmo a adaptação de Budapeste, já comentado aqui.
Sem a pretensão de ver Raul em seu início, seu fim e seu meio, ressaltam pérolas de passagens como:
"quem não tem presente se conforma com o futuro".
ou: "No cume calmo do meu olho que vê, assenta a sombra sonora de um disco voador..."
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