Confesso que não sou especialista de Francis Ford Coppola e dos poucos que conheço posso amar e admirar Os Poderosos Chefões e Apocalipse Now, mas há vários que não dialogam tão intensamente comigo...
Tetro, por exemplo, começa o filme e fico embasbacada com o estilo e classe da direção: um branco e preto lindamente fotografado, trilha impecável, atores me instigando e seduzindo... Mas vai passando o tempo, cenas e cenas sendo sobrepostas e vou me cansando... Começo a achar a linguagem pesada, da trilha à interpretação.

Provavelmente não mergulho onde Coppola imaginou sua história, literalmente SUA, já que há vários traços autobiográficos... Talvez por isso também haja códigos um pouco fechados, cifrados, auto-referentes...
Não me conecto nem com situações mais cotidianas e intimistas que me soam inverossímeis de tão peculiares que são as personagens;
E me distancio no final com as peculiaridades e exotismos de flashbacks e momentos mais específicos dessa família desequilibrada que relembra o conflito entre dois irmãos músicos, repletos de ciúmes, invejas, arrogâncias...
E dos filhos de um deles, que perderam suas mães e tiveram problemas com o pai, e se reencontram na charmosa Buenos Aires para tentar entender e superar o passado...
Parece que o passado pesa demais e é intransponível, seja na ficção ou na realidade... Meu palpite de psicologia barata...
O que importa é que, sem dúvida, vale a experiência!
Escassos os momentos no cinema para se admirar uma cinematografia, sentir a mão de um diretor e ainda assim querer cumprimenta-la! A benção, Coppola!