Poucos são os cineastas que trazem sempre à baila temas tão profundos e contundentes organizados em dramas tão tocantes como Ken Loach.
Em diálogo com seu tempo, seja em dramas da classe média baixa, em crises com desemprego, alcoolismo e a dificuldade de se viver um amor em Meu Nome é Joe.
Ou a luta de classes de trabalhadoras imigrantes em Pão e Rosas.
Outro olhar sobre os imigrantes vem em Apenas um Beijo, quando fala do complexo amor entre uma escocesa católica professora de música e um DJ filho de paquistaneses. Absolutamente lindo e tocante.
E em geral são filmes simples, como se pode ver no exemplo de seu curta que compõe a série 11 de Setembro: confira aqui.
Há ainda alguns filmes mais elaborados como Vento e Liberdade, vencedor da palma de ouro em Cannes, que se baseia nos conflitos entre irlandeses e ingleses no início do século XX.
Ken Loach também sabe ser mais leve em filmes que tratam de uma outra paixão sua: o futebol. Pano de fundo em À Procura de Eric ou Tickets.
Mas Loach sabe ainda ser mais pesado. É o que acontece em Rota Irlandesa, novamente com temas verídicos e políticos sobre a participação britânica na Guerra do Iraque: interesses escusos, ganância, violência...
Tudo tratado com bastante crueza, apresentando situações de vida e morte e travando embates morais sobre o comportamento das pessoas diante da guerra.
Não há respiro nem escapatória em Rota Irlandesa, a dor é mostrada com distância e aridez.
Estão todos "no lugar errado e na hora errada".
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