O jovem e atuante diretor húngaro Benedek Fliegauf vem merecendo atenção com seu longa mais recente, Apenas o Vento, vencedor de Berlin em 2012.
O filme é baseado em fatos reais, quando uma comunidade cigana (rom) sofreu massacres na Hungria. Por esse caráter docu-ficcional o filme já ganha importância antropológica e histórica, mas sua qualidade vai muito além...
Apenas o Vento tem uma narrativa simples, despretensiosa e intimista.
Trabalha com pessoas locais (não atores) e representa seu cotidiano (acordar, comer, trabalhar, estudar, brincar);
em meio às locações reais, com pouca interferência de arte, enquadramentos simples, pouco trabalho sonoro e bastante crueza.
O que chama a atenção nesse cotidiano é a tensão presente, os olhares desconfiados e cabisbaixos, os silêncios, os ruídos...
Poucos diálogos e pouca interação, uma família marcada pelo medo em uma construção extremamente contida e talvez por isso extremamente impactante.
Profundamente sensível, interessante, vigoroso e envolvente. Uma nova mostra da força e potencial do cinema húngaro - marcado no Festival Indie de 2011 pela obra-prima Cavalo de Turim, de Béla Tarr - já comentado aqui.
Que venham mais e mais frutos do cinema húngaro!
Acho suas resenhas ótimas, mas como nunca assisto os filmes não tenho o que dizer aqui, local que sp visito.
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