Quatro anos sem filmar, devido à repercussão de seu filme anterior, Gomorra, no qual Matteo Garrone tocava em temas densos e verídicos sobre o tráfico e o crime na Itália (e com o qual, além de colher bons frutos, gerou perigos ao diretor por seu caráter de denúncia).
Dessa vez, com Reality, Garrone chega com um tema mais leve: a vida provinciana e o sonho de riqueza e sucesso, Sonho materializado em uma inscrição para participar do Big Brother italiano.
O dono de uma peixaria entra em delírio ao cogitar a possibilidade dessa participação e se ilude e fica paranóico com pequenos fatos ao seu redor.
O filme é divertido e constrói bem suas personagens mundanas, principalmente na figura de seu protagonista, o não ator e ex-presidiário Aniello Arena. Porém as "piadas" se desgastam e se torna um filme cansativo em seus 115 minutos de duração.
Faltou um equilíbrio entre a crueza de Gomorra e o deslumbramento kitsch que Garrone se permitiu em Reality... Sobrou um pouco de show.
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