O título do novo filme de Susanne Bier diz muito sobre sua intenção.
Após filmes densos profundos e vigorosos como Corações Livres, Brothers e Em um mundo melhor (já comentado aqui), Susanne nos mostra que nem todas as "festas de família" dos artistas do dogma 95 precisam ser tão traumáticas...
Love is all you need é uma comédia romântica...
Talvez não tão cômica quanto às americanas, nem tão romântica quanto às francesas, mas mostrando a doçura possível do amor (apesar das amarguras - ou azedumes de limoeiros - da vida).
Talvez não tão cômica quanto às americanas, nem tão romântica quanto às francesas, mas mostrando a doçura possível do amor (apesar das amarguras - ou azedumes de limoeiros - da vida).
Duas famílias que se reúnem para celebrar o casamento de seus filhos e tem que enfrentar convivências, problemas, traumas, dúvidas...
Para isso Susanne mescla a narrativa dentro do cinema clássico (do gênero comédia romântica) com o universo da turma dinamarquesa do dogma, que sempre busca revelar situações emocionais difíceis e traumáticas, em personagens densas e profundas.
Essa mescla vem até na escolha do elenco de Susanne, que coloca no par romântico Pierce Brosnan (protagonista de 007) e Trine Dyrholm (Festa de Família, Em um mundo melhor e atriz do recente O Amante da Rainha - também comentado aqui).
Vem também na mescla de cenários: de vida suburbana dinamarquesa, vida multinacional em grandes edifícios e da paisagem exuberante da Itália (dos melhores palcos para o amor possível).
E vem ainda na mescla de linguagens: da câmera ágil e cortes no eixo adquiridos com a linguagem "documental" do dogma;
E até de uma direção de arte mais kitsch que faz lembrar filmes menos realistas como Embriagado de Amor, de Paul Thomas Anderson:
que explora uma narrativa de comédia romântica com tons de estranhamento e outras tantas camadas (como o casting com Emily Watson, atriz que ficou conhecida por sua participação nos filmes do Dogma também).
cena de Embriagado de Amor |
Não tão profundo e envolvente como outros filmes de Susanne, mas bastante agradável e bonito... Porque, de fato, todos precisamos de amor!
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