Parceria entre a documentarista Sophie Fiennes e o filósofo e psicanalista Slavoj Zizek que resolveram fazer um filme metalinguístico: O Guia Pervertido do Cinema.
Nesse documentário Zizek dá uma aula de cinema, analisa alguns filmes do ponto de vista psicanalítico e traz interpretações interessantes do cinema de alguns cineastas como Hitchcock, David Lynch e Charles Chaplin.
Zizek fala de diversos filmes que falam sobre diferentes níveis de realidade (que ele interpreta como ego, super-ego e id), tais como Matrix, Psicose, Solaris...
Fala da relação do cinema com nossas questões primordiais, como as edipianas, explorando filmes como Star Wars, Alien, Dogville, O Exorcista...
Também fala sobre o sexo explorando filmes como Veludo Azul, Estrada Perdida, Persona, A Professora de Piano e De Olhos Bem Fechados.
Zizek traça paralelos instigantes e faz comentários perspicazes, mas também soa muitas vezes taxativo demais, procurando fórmulas e leituras que limitam o cinema justamente por aquilo que tem de mais interessante: seu lado artístico e amplo, que propicia diferentes leituras e interpretações.
E mesmo sem cair na ingenuidade de não perceber que há uma narração invisível e uma manipulação na construção da linguagem cinematográfica,
mas sem esperar que cineastas como Tarkovski ou Kieslowski propiciem narrativas com leituras claras, sendo que sua grandiosidade parece justamente a densidade e poesia intangível que suas obras provocam...
mas sem esperar que cineastas como Tarkovski ou Kieslowski propiciem narrativas com leituras claras, sendo que sua grandiosidade parece justamente a densidade e poesia intangível que suas obras provocam...
Importante discutir o cinema, mas fundamental discutir a discussão, provocar o provocador, perverter o pervertido...
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