Os irmãos Dardenne seguem com seu cinema vigoroso, de personagens fortes, tramas com profundidade psicológica, conflitos de desajustes e inadequação...
O Garoto da Bicicleta dá quase a impressão de um Pixote de 1o mundo... (E aí se intui que diferença faz uma educação e abordagem diferente).
Com elenco impecável, inclusive e principalmente pelo protagonista, vivido pelo garoto Thomas Doret.
O filme tem grande densidade, tanto pela história do garoto que não tem mãe e é abandonado pelo pai, vivendo os azedumes de busca e de pessoas que se aproximam dele por interesse e sem amor.
O filme tem grande densidade, tanto pela história do garoto que não tem mãe e é abandonado pelo pai, vivendo os azedumes de busca e de pessoas que se aproximam dele por interesse e sem amor.
A densidade está também não só naquilo que o filme mostra, mas no que ele não mostra. São as lacunas um de seus maiores méritos, que nos mantém instigados, curiosos, interessados e envolvidos...
O Garoto da Bicicleta nos provoca para pedalar pelas elipses e preencher com as passagens, os sentimentos, os acontecimentos que só podem ser intuídos.
E aí o filme me conquista.
Pois dessa vez os irmãos Dardenne nos chocam menos (e para alguns parecem apresentar um filme menos interessante), já que o final é mais acalentador que dos demais filmes... Nessa quase sequência de A Criança, inclusive com mesmo ator, Jérémir Renier,
Há uma personagem, vivida por Cécile de France, que nos instiga não por sentimentos mals, mas pelos bons... E para mim é a personagem que fica mais em aberto, é a que me convida mais às entrelinhas e entrecenas, e é a que acaba me aproximando mais do garoto...
E tudo está harmônico, como sempre a fotografia, arte, som... Tudo compõe bem com as tramas realistas e cruas dos Dardenne... Um cinema com marca e personalidade, que vale a pena ser visto!
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