Meu País tem uma boa premissa, bons atores, emoções bonitas e fortes.
Mas Meu País me faz sentir estrangeira, já que trabalha de maneira contida e linear demais...
Faltam curvas no roteiro, falta ambiguidade nas personagens e, portanto, mais verossimilhança...
O resultado é que a trama não envolve como poderia: o irmão mais velho, Rodrigo Santoro, que volta da Itália após a morte do pai, Paulo José, e se depara com o irmão imaturo, Cauã Reymond, envolvido em vícios e a irmã, Débora Falabella, recebendo alta de hospital psiquiátrico e precisando de cuidados...
Não vemos a transformação dessas personagens, não há um crescente de mudança em seus pontos de vista, sentimentos, ideais. E quando há mudança vem de situações clichês e não soam verdadeiras, o que nos faz nos sentir mais alheios...
André Ristum é um diretor muito cuidadoso com suas obras, desde curtas muito singelos e bonitos, como Homem Voa? e 14 Bis.
Até essa sua estréia em longas, mas parece que faltou ousadia, faltou mais proximidade da trama, faltou traduzir com mais intensidade o que seria o "país dele", pois a intenção de fazer um filme intimista, baseado em passagens autobiográficas para mim resulta em um filme de outro lugar, outra realidade, e sem dúvida não do filme do "meu país".
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