Carlos Sorin é da ótima safra de ótimos
diretores argentinos das últimas décadas, seu
talento e sensibilidade se vê em Histórias Mínimas e O Cachorro.
Dessa vez buscou uma história mais madura, com conflitos da meia idade, classe média alta, trama aparentemente mais densa e universal. Entretanto, para mim o que ficou foi um filme menos autoral e bem menos envolvente.
De início já um diálogo muito
didático e verborrágico para explicar a premissa do personagem que
recebe alta de um hospital psiquiátrico após crises que
interferiram em suas relações.
Disso passa-se à retomada de sua
relação com sua mulher, a verdadeira protagonista do filme que não
sabe como reagir diante das mudanças sofridas pelo marido.
Ela não
sabe o que esperar dele: o homem inteligente, divertido e sarcástico
com quem conviveu por toda a vida, o homem surtado e violento dos
meses anteriores à internação ou o novo homem gentil e passivo que
está a seu lado.
Essa crise é trabalhada dentro de um suspense psicológico envolto de situações quase fantásticas.
Na transversal desse conflito está o
tal gato que desaparece... O bicho de estimação que reage às
estranhezas envolvendo o marido.
O realismo com tom de terror fantástico
me faz lembrar o recente brasileiro Trabalhar Cansa.
Porém Sorin é bem mais contido...
Tem mérito, mas realmente não me
conquistou. Prefiro seu talento intimista para retratar o cotidiano
de personagens que revelam a profundidade em sua simplicidade, partir
do profundo para mim pareceu um pouco vazio...
Confira no trailer!
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