O holandês Paul Verhoeven tem uma vasta filmografia em que narra jogos de sedução e violência explorando símbolos religiosos e sexuais e diversos tipos de perversões.
Em O Quarto Homem - filme do período de estabelecimento de sua carreira - ele acompanha um escritor que é perseguido por figuras estranhas: pesadelos que o perseguem, quadros e esculturas que ganham vida, imagens que parecem uma coisa mas depois se revelam outra...
E toda essa construção vai adensando as perturbações desse protagonista, numa narrativa que ora parece um filme nonsense com inspirações Buñuelianas.
Ora um thriller noir (gênero que projetaria Verhoeven em filmes como Instinto Selvagem). Ora mesmo um filme mais cômico e Felliniano.
Muitas camadas e leituras possíveis, que ao mesmo tempo trazem personagens caricaturais e ao mesmo tempo etéreas e tridimensionais.
A crise de criatividade, a viagem para evento de seu livro, a relação com sua cicerone por lá, o romance iniciado, o triângulo amoroso com o namorado dela, tudo vai fazendo parte do universo perturbado desse escritor.
Não sabemos o que está em sua mente ou o que é real, mas isso não importa, pois o filme é um enfrentamento de demônios possíveis em nossas vidas ou em nossas mentes.
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