segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Nossa irmã mais nova - Kore-eda



Cada vez mais voltado à família, Kore-eda fala aqui sobre as novas configurações familiares, com separações, novos casamentos, meios-irmãos e como se dão as novas relações.


A partir da morte de um pai que já não convivia com as filhas do primeiro casamento, a relação que essas vão descobrir com a meia-irmã mais nova quase desconhecida é o grande tema do filme.


Mais uma vez a singeleza é a tônica do diretor: os detalhes do cotidiano, elementos corriqueiros como vestimentas, comidas e olhares são os canais das revelações e trajetórias das personagens.


Nossa irmã mais nova é um filme bonito e poético, mas que se atém principalmente nas coisas boas, e assim perde um pouco de sua força.



A predominância poderia estar aí, como acontece na maioria de seus filmes.

Mas faltam mais conflitos, traumas, dores, que poderiam ser desatados e diminuídos com os encontros, os afetos e os carinhos, mas que não poderiam ser tão suprimidos.


Há muita poesia possível também nas dores, e esse é um dos principais méritos de alguns dos seus melhores filmes como Ninguém pode saber e Pais e Filhos - já comentado aqui.

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