Cada vez mais voltado à família, Kore-eda fala aqui sobre as novas configurações familiares, com separações, novos casamentos, meios-irmãos e como se dão as novas relações.
A partir da morte de um pai que já não convivia com as filhas do primeiro casamento, a relação que essas vão descobrir com a meia-irmã mais nova quase desconhecida é o grande tema do filme.
Mais uma vez a singeleza é a tônica do diretor: os detalhes do cotidiano, elementos corriqueiros como vestimentas, comidas e olhares são os canais das revelações e trajetórias das personagens.
Nossa irmã mais nova é um filme bonito e poético, mas que se atém principalmente nas coisas boas, e assim perde um pouco de sua força.
Mas faltam mais conflitos, traumas, dores, que poderiam ser desatados e diminuídos com os encontros, os afetos e os carinhos, mas que não poderiam ser tão suprimidos.
Há muita poesia possível também nas dores, e esse é um dos principais méritos de alguns dos seus melhores filmes como Ninguém pode saber e Pais e Filhos - já comentado aqui.
Nenhum comentário:
Postar um comentário