quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

O Pequeno Quinquin - Bruno Dumont


Bruno Dumont fez uma estréia tardia em longas-metragens, mas já chegou se destacando muito com sua Vida de Jesus. Não foi diferente com o seguinte A Humanidade ou com exemplos mais recentes como Fora de Satã - comentados aqui.

Dumont constrói narrativas colocando personagens bizarros e profundos em situações ao mesmo tempo corriqueiras e de pouca ação com estranhezas e acontecimentos inusitados.

Algumas vezes beira o fantástico e inexplicável, mas sem ir para o caminho do lúdico e sim do filosófico.

Mesmo com Camille Claudel 1915, tentou fazer o mesmo com um momento da vida da escultora francesa, mas sem tanto brilho - como comentado aqui.


Em O Pequeno Quinquin, edição de narrativa originalmente para uma série televisiva, Dumont se perde um pouco entre muitas intenções. 

Em parte pela adaptação de uma série que na TV podia ter mais núcleos narrativos e demorar a mais a solucionar conflitos, mas em outra parte por alimentar situações, personagens e suspenses que ao final não estão à altura das expectativas criadas.

Personagens de grande potencial e temas instigantes (moral, aparências, religião, imigração, preconceito) e que ganham força na pele de crianças e dialogam com filmes como A Fita Branca de Haneke, também comentado aqui.

Filme bom mas que deve ter rendido mais como série e que bom que exitosa, é preciso ter espaço para narrativas mais densas na televisão também!

Nenhum comentário:

Postar um comentário