Paul Greengrass mais uma vez comprova seu talento na direção de filmes de ação. Ele se destacou, por exemplo, na série Bourne. Agora, baseado em uma história real, dirige Capitão Phillips.
Em 2009 um cargueiro é assaltado por pequenos barcos piratas com oito somalianos, estes exigem todo o dinheiro, fazem o capitão de refém e segue-se uma longa e árdua negociação.
Todo esse suspense resulta em um filme emocionante e intimista, dado o ambiente e paisagem limitados de barcos em alto mar.
Porém o princípio norte-americano de mocinhos X bandidos, onde o herói é sempre americano empobrece a narrativa.
Não que deveria ser feita uma defesa das gangues violentas da Somalia, mas não trazer considerações sobre a miséria que assola o país e faz com que os assaltantes se arrisquem de maneira absolutamente destemida, os caracterizando apenas pelo sangue frio é rejeitar nuances que poderiam aprofundar o filme.
Tom Hanks ainda faz um ótimo trabalho ao se mostrar em choque no final, como já o vimos fazer em filmes semelhantes como O Náufrago, mas os dizeres de que seu personagem na vida real voltou ao mesmo ofício logo em seguida jogam essa interpretação por terra (ou por mar).
Uma pena, pois poderia explorar mais as profundezas da personagem e assim embarcaríamos mais em sua história e suas emoções.
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