O casal de jovens diretores latinos, ela dominicana e ele mexicano, aproveitou um tema forte e polêmico para convidar a grande atriz Geraldine Chaplin para protagonizar Dólares de Areia.
Geraldine é a senhora européia rica e entediada que vive sua melancolia em uma paisagem praiana latina. Ali ela conhece uma jovem cheia de vida com quem se relaciona.
A relação é desigual e conturbada: a senhora paga para ter afeto e vida ao seu redor e a garota se aproveita do dinheiro e do conforto.
As duas têm uma vida incompleta, e apesar do que uma pode dar a outra, não é suficiente.
Nem o filme.
As boas atuações e o tema interessante não são suficientes para fazer com que a narrativa saia do óbvio e para que transcenda em possibilidades.
Faz lembrar o ótimo Em Direção ao Sul do interessante francês Laurent Cantent - que já recebeu comentários por aqui - mas não trata com tanta profundidade as personagens, não vai na origem de seus sofrimentos, nem das possibilidades ou mesmo na crítica social dos europeus explorando latinos, da prostituição, da miséria, violência, aborto etc.
Dólares de Areia resulta numa narrativa competente, mas tímida.
Um começo com potencial para se ver o que virá adiante do casal.
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