Para quem não curte ficção científica ficam faltando mais atrativos do que os dados científicos e as imagens espetaculares para sustentar o filme.
No caso do inglês Christopher Nolan ele poderia ter usado seu apreço por narrativas rebuscadas e fantasiosas de filmes como Amnésia e A Origem para enriquecer seu Interestelar.
Entretanto o rebuscamento da narrativa aqui apenas acaba, poluindo e confundindo a parte científica do filme.
Os principais problemas são a falta de aproximação das personagens e falta de carisma delas e o consequente enfraquecimento do conflito central.
O perigo do fim do planeta Terra não é sentido tão "na pele", não vivenciamos tanto a degradação e o pré-apocalipse para justificar toda a aventura espacial.
Assim os desafios e sacrifícios ficam um pouco opacos e não nos deixam tão envolvidos com a história.
Muito diferente de exemplares que conseguem nos trazer questões filosóficas e existenciais como Blade Runner de Ridley Scott ou Solaris do mestre Tarkovski - já comentado aqui.
Interestelar lembra mais o clima de Sinais de M. Night Shyamalan ou uma versão melhorada e mais complexa de Armageddon de Grace Stamper ou Gravidade de Alfonso Cuarón - também comentado aqui.
A ida de Cooper, o protagonista vivido por Matthew McConaughey, ao espaço em busca de um novo planeta em que os humanos possam viver e as questões físicas que ele vive: como a relatividade do tempo, do espaço e de outras dimensões, colocam em cheque o sucesso de sua expedição, mas não com tanta emoção.
Há elementos para pensarmos sobre as limitações do planeta e dos seres humanos e na possibilidade de outras realidades, algo que Nolan já mostrou sua competência em retratar, mas no geral o filme tem um "espaço" de alcance limitado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário