Azerbaijão significa "terra do fogo", é de lá que vem o filme de estreia de Elchin Musaoglu: Nabat.
O filme apresenta uma vila e uma de suas moradoras, Nabat, que atravessa um longo caminho para vender leite a um dos moradores.
No caminho vemos que a vila está se desfazendo por causa da guerra: já quase não há jovens e muitos estão de mudança.
Nabat resiste. Em parte sua resistência se dá pelo marido doente, mas talvez haja outros motivos...
O que a prende ali? A falta de outras perspectivas? A falta de outros sentidos na vida?
O que lhe resta após a morte de seus entes queridos e a partida dos amigos?
Ela mesma não encontra a resposta e repete a pergunta a um lobo perdido no vilarejo: "por que você não vai embora?".
Podemos sentir o diretor escolhendo cada milímetro de cada plano, apresentando cada gesto demoradamente, explorando cada ação à exaustão...
Isso faz com que o filme fique um pouco longo e cansativo, mas nem assim tira a profundidade e beleza dessa história de guerra e de perdas.
Em uma narrativa simples e enxuta, Nabat nos envolve, emociona e toca.
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