A jovem diretora sueca Amanda Kernell mostra sensibilidade e potência em sua estréia em longa-metragem com Sami blood.
O filme conta a história de Elle Marja, uma garota de 14 anos, que faz parte da tribo indígena do povo Sami, em território sueco.
Passado na década de 30, vemos o isolamento e preconceito vivido por esse povo diante dos demais europeus.
Em tempos de guerra e higienismo, qualquer diferença era marginalizada e inferiorizada e esse é o principal sofrimento de Elle.
Inteligente e curiosa, Elle não quer limites para sua vida, quer conhecer e desbravar e por isso acaba renegando suas origens para tentar se integrar melhor.
A premissa por si já é bastante interessante: trata de uma realidade muito pouco conhecida, e que, apesar de passado quase um século, ainda bastante atual, fazendo inclusive lembrar de nossa obra-prima Serras da Desordem, de Andrea Tonacci, que retrata os conflitos e contrastes da cultura ocidental brasileira e de nossa cultura indígena.
Mas mais do que isso, o mérito do filme está em sua direção: o tratamento delicado, intimista e preciso de Amanda Kernell.
A maneira como nos faz nos aproximar da protagonista, emprestarmos seu olhar, sentirmos os mesmos cheiros, ouvirmos os mesmos sons, termos os mesmos deslumbramentos, desejos, vergonhas, revoltas...
A maneira como nos faz nos aproximar da protagonista, emprestarmos seu olhar, sentirmos os mesmos cheiros, ouvirmos os mesmos sons, termos os mesmos deslumbramentos, desejos, vergonhas, revoltas...
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