quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Minhas mães e meu pai (The kids are all right) - Lisa Cholodenko


A diretora americana Lisa Cholodenko vem desenvolvendo narrativas sobre o mundo gay feminino. Seja em séries como The L World ou em filmes como High Art ou Minhas mães e meu pai.

Aqui Lisa mostra uma família que vive conflitos normais e cotidianos, apesar das crianças serem filhas de duas mulheres. Há uma dinâmica e uma harmonia interessante entre todos e mesmo os conflitos não ganham destaque diferenciado por se tratar de um casal gay.

Brigas conjugais, mudança de carreira, vícios e excessos, primeiras paixões dos filhos, idas para universidade, saída de casa etc.

A questão mais específica abordada é justamente o encontro com o pai biológico, doador do esperma para concepção das crianças.


Esse encontro é interessante e traz questões à família. Porém colocá-lo como responsável por tantos conflitos é o que enfraquece a trama.

Haver um questionamento sobre a paternidade apenas pela doação de esperma é válido, também vermos um desgaste de uma relação de tantos anos e o desejo por outras pessoas é totalmente normal e ainda vermos o desejo de uma pessoa gay por uma pessoa do outro sexo é verossímil e pode ser rico e interessante, mas o filme concentrar tudo na figura desse pai surgido do nada tira um pouco a verossimilhança e complexidade da trama.

Claro que o filme não tem pretensões tão profundas, ele tem mais intenções de entreter e ser agradável do que dramatizar os conflitos, mas mesmo no tom de comédia romântica poderia valorizar um pouco mais as personagens, já que o tema é ótimo, os diálogos são bons e o elenco muito bom.

Desde ter Mia Wasilowska como uma das crianças ou Julianne Moore e Annette Bening como o casal principal, até Mark Ruffalo como o pai-elemento-surpresa.

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