A atriz e diretora francesa Julie Delpy parece ter mesmo se envolvido com o projeto de Antes do Amanhecer / Pôr do Sol / Meia-Noite - já comentados aqui.
Além de ser co-roteirista desses filmes, ela também explorou o formato para seus próprios filmes.
A partir de uma premissa de encontro, deixar os atores contracenarem com espontaneidade, em diálogos nem sempre objetivos, tendendo mais ao filosófico ou fútil, resultando em um realismo prosaico do cotidiano.
Foi assim em seu primeiro longa Dois dias em Paris, ou em O Verão do Skylab - também comentado aqui - ou em um de seus filmes mais recentes Dois dias em Nova Iorque.
Novamente Julie Delpy interpreta uma mulher de meia idade vivendo questões com sua família, seus parceiros e filhos, no mesmo tom entre reflexivo e histriônico, muitas vezes se excedendo em uma caricatura de si mesma.
Não à toa ao seu lado está o comediante Chris Rock e ao redor personagens coadjuvantes absolutamente exagerados para viver o encontro de duas famílias e culturas (francesa e americana) e a convivência em uma das maiores megalópoles do mundo.
Julie tem graciosidade na direção, mas acaba perdendo o caráter intimista e naturalista do formato. E também a profundidade de algumas discussões como a liberação sexual, uso de drogas, papel da arte etc.
O resultado final é uma comédia verborrágica, com momentos lúdicos metalinguísticos e de fantasia de suas personagens, que ao invés de "crônica" faz uma espécie de "charge" do cotidiano.
Nenhum comentário:
Postar um comentário