quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

La La Land - Damien Chazelle


Após a estreia de sucesso com Whiplash, o jovem Daniem Chazelle revela toda sua paixão por hollywood e os musicais em La La Land.


E a sincera homenagem está rendendo: bilheteria, boas críticas, sucesso, indicações, prêmios...
As pessoas parecem sedentas de magia, mas o filme pode deixar a desejar nessa construção.

Seus protagonistas são jovens que tentam a vida artística em hollywood. Emma Stone é a moça que quer ser atriz e Ryan Gosling o jovem que quer viver de jazz.

Na apresentação de suas vidas e cotidianos começam as cenas de musicais, mas sem explorar muito o que os musicais têm de mais rico: uma transição para um universo paralelo, um mundo lúdico, de sonhos, de desejos, de pensamentos e sentimentos.

Não, a expressão de suas canções não são muito reveladoras e nem emotivas, tendem mais ao cotidiano e nos tragam pelo ritmo de melodias, decupagem, cenários encatadores e carisma dos atores (tampouco pelos seus dotes musicais ou talento de interpretação).

O mesmo se dá na apresentação dos conflitos. Não vemos os personagens sofrendo propriamente, travando lutas por seus sonhos ou nada parecido e assim o envolvimento segue superficial.

Eles se conhecem, apresentam diferenças, se atraem, mas o crescente da relação não se dá no conhecer pouco a pouco, estratégia típica e sedutora das comédias românticas (sejam musicais ou não).

Em algum momento o rapaz sugere à moça que ela escreva os próprios textos em que possa atuar, e sem grande "necessidade", fervor ou brilho, ela segue o conselho.

O rapaz ouve comentários sobre sua vida errante e incerta e decide aceitar um convite para uma banda de pop jazz, e se entrega a essa nova rotina, que lhe traz sucesso, dinheiro, reconhecimento, mas o distancia de seus princípios e ideais. 

Uma situação complexa e cheia de ambiguidade, mas que não parece vivida a fundo (e nem a raso) por ele.

E as vidas e o relacionamento dos jovens segue numa narrativa morna e longa, se redimindo apenas com um final imperfeito, mas delicado e bonito.

Um refresco suave para os olhos e ouvidos, do qual o público parecia estar sedento. Chance para se alienar e possivelmente se entreter um pouco (não o meu caso).

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