Com experiência de filmes feitos em terras longínquas e modos de vidas peculiares, Asif Kapadia tem se dedicado agora a filmes biográficos.
Sua primeira experiência de sucesso Amy, ganhou o Oscar de documentário em 2015.
O filme é um apanhado de material de arquivo e consegue fazer um bom mosaico da vida da jovem cantora:
Da descoberta do talento, passando pela relação com o sucesso, a exposição de sua imagem, fosse no âmbito privado (há diversas gravações feitas por celulares de amigos e familiares) ou pela mídia internacional.
Dentro dessa exposição vamos conhecendo melhor as fraquezas de Amy, suas inseguranças, suas dores, seus amores, seus medos e o que a foi fazendo se consumir.
Não foi o consumo de drogas que a sucumbiu, mas como sua vida tão peculiar a desgastou, não poder ter uma vida normal a deixou sem chão...
O filme faz uma boa progressão da apresentação das músicas que todos conhecemos e o que acontecia em paralelo na vida privada de Amy.
Entretanto, de certa forma, o documentário acaba cometendo o mesmo defeito que é deflagrado em sua narrativa: um excesso de exposição da intimidade da jovem cantora.
Por um lado vemos a menina assustada com paparazzis e a vida sem limites, por outro a consumimos da mesma maneira.
Talvez se essa metáfora e relação tão imbricada entre todos esses registros e obsessão pela vida de Amy fosse tematizada pelo documentário, ele não tivesse momentos que parecem um pouco pobres, quase como uma coletânea de vídeos e depoimentos de amigos.
Podemos extrair momentos preciosos dele. Mas mais uma vez ficamos com a pergunta de quanto do mérito vem do filme ou de seu tema, como tantos outros que vemos por aí - e comentamos por aqui...
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