O diretor americano Derek Cianfrance buscou uma boa combinação entre o romance de sucesso de M.L. Stedman e a dupla de talentosos atores que veio se destacando nos últimos anos: Michael Fassbender - de filmes como Shame - já comentado aqui - e Alicia Vikander - de filmes como A Garota Dinamarquesa - também comentado aqui.
A luz entre os oceanos conta a história de um casal que vive numa praia longínqua onde o marido é responsável pelo farol e a mulher que quer construir uma nova família feliz, já que seus pais viveram a dor da guerra e da perda dos filhos, seus irmãos.
Tudo corre muito bem até que a moça fica grávida e perde o bebê no início da gestação. Novamente ela fica grávida e novamente perde o bebê. Entretanto surge um barco vindo do mar trazendo um bebê perdido.
Eles o salvam e vem o dilema sobre ficar ou não com o bebê. A moça com seu instinto maternal e no desespero de suas perdas quer ficar com o bebê a qualquer custo. Porém o marido vive o dilema da moral e da honestidade de querer contar a verdade.
A trama até aí já é bastante dramática e novelesca, mas ainda aparece a mãe verdadeira para adensar mais a história.
Com momentos bonitos e de grande potencial, o filme exagera na dramaticidade e a tragédia se torna quase inverossímil, com tantos acontecimentos que nos distancia da intimidade de seus personagens e de seus sentimentos por si só tão profundos.
Também peca por apresentar como único conflito na vida essa infelicidade do destino, como se esses fatos imponderáveis não provocassem mudanças no cotidiano e conflitos menores e mais corriqueiros, mas que poderiam tornar a trama mais complexa e realista.
(casamentos colocados como perfeitos a não ser pela fatalidade da perda de bebês e não por pessoas de diferentes culturas, de casamentos possivelmente arranjados etc intensificam a inverossimilhança)
Talvez numa narrativa mais intimista o resultado seria mais intenso e nos envolveria mais...