Depois de sua estreia como um dos grandes nomes do neo-realismo italiano em obras como Roma, Cidade Aberta e Paisà, Rossellini lança em 1954 Viagem à Itália.
O filme fala da crise na vida de um casal despertada pelo ambiente distinto ao da rotina do casal.
A Itália do filme faz o casal ver como se acomodoram em sua relação sem terem atenção um com o outro.
Porém, ao se olharem verdadeiramente, a primeira reação é de estranhamento, ao ponto de se rejeitarem e tomarem caminhos distintos: Katherine (vivida por Ingrid Bergman) quer apreender ao máximo da cultura italiana: museus, escavações, eventos...
Já Alexander (vivido por George Sanders) não se identifica com o lugar e apenas nas pessoas e em sua inclinação para diversão se sente acolhido.
Uma trajetória de atritos, mas que os leva a uma reflexão da relação.
Esperamos pela separação em parte com pesar, mas em parte com alívio pela possibilidade de caminhos mais harmônicos para cada um.
Rossellini ganha na densidade de seu tema e sua discussão e na bela construção de personagens e do espaço que faz, mas perde em um ritmo e decupagem mais convencional e perde também por não ousar mais no roteiro e no desfecho de sua narrativa.
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