Vertov é um dos grandes nomes do cinema russo, em seu experimentalismo nas primeiras décadas de vida do cinema, ele foi um dos mais autênticos e irreverentes artistas na construção da linguagem da sétima arte.
Em seus estudos procurou estabelecer um compromisso com a verdade, tentando direcionar a câmera como a seus próprios olhos (cine-olho - kinoks).
Entretanto, o trabalho que ele faz de montagem nesse filme parece muito mais precursor de filmes experimentais, videoartes e VJs do que de documentaristas em busca de um registro do real e do cotidiano.
Em O Homem com uma Câmera, Vertov faz registros do cotidiano da Rússia nos anos 20: máquinas, operários, carros, pedestres, prédios, fábricas, trabalhadores, dançarinas, esportistas...
O discurso se cria pela sobreposição de imagens, sem um discurso muito organizado e linear. É pela semelhança e contrastes que vão se tirando sentidos e se construindo uma narrativa.
Tão rico, ousado e criativo que segue influenciando cineastas e se reflete em obras como Tempos Modernos de Charles Chaplin;
Koyaanisqatsi de Godfrey Reggio, Nós que aqui estamos por vós esperamos de Marcelo Masagão, entre tantos outros, incluindo videoclipes, videoinstalações, comerciais publicitários...
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Apesar de retratar um momento e um povo muito específicos, Vertov parece absolutamente universal e atemporal, mostrando sua maestria na orquestração de imagens!
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