O grande nome do cinema americano Martin Scorsese soube escolher bem um nome do cinema mundial digno de homenagem. George Méliès foi sem dúvida um dos cineastas mais inventivos e talentosos do início do cinema (e até antes disso, nas máquinas do pré-cinema).
Seu universo lúdico e de grande beleza estética tinham muito potencial para explorar uma aventura juvenil como sugeria a proposta de adaptação do livro de Brian Selznick: A Invenção de Hugo Cabret.
Entretanto algumas escolhas e falta de ousadia resultam em um filme morno, a história por trás da homenagem é fraca, a conexão com o personagem de Méliès, representado pela sua situação no fim da carreira (falido e frustrado) não seguram a história.
O protagonista, órfão num misto de melancolia e curiosidade, é sem graça (faz lembrar um pouco a adaptação de A Fantástica Fábrica de Chocolate de Tim Burton que também peca por não temperar o menino que leva toda a trama).
Esse órfão, que após a morte do pai tenta seguir na arte dos consertos e invenções, se dedicando a consertar um boneco a quem ele quer dar vida, numa busca a dar vida ao seu próprio pai.
E a vida que consegue despertar descobrindo e desenterrando a história do próprio Méliès que vive anonimamente em uma relojoaria numa estação em Paris é uma boa premissa.
As soluções estéticas do filme também são boas, tanto que renderam 5 estatuetas do Oscar, entretanto com um roteiro tão fraco fica difícil se manter instigado pelas Invenções de Hugo Cabret.
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