Julie Gavras, filha do mestre Costa-Gavras, fez sua estréia na direção com o simpático A Culpa é do Fidel, no qual se via as mudanças políticas e ideológicas na década de 70 através do ponto de vista de uma menina de 9 anos.
O desejo da menina por conforto, tranquilidade e estabilidade se embatiam com o envolvimento dos pais em movimentos sociais em prol do socialismo/comunismo, se envolvendo em reuniões, clandestinidade, desapego material...
Com esse bom argumento, um ótimo elenco (inclusive infantil), diálogos divertidos e cenas deliciosas, A Culpa é do Fidel teve um ótimo resultado, mesmo que com algum desequilíbrio narrativo.
Seu novo passo cinematográfico veio com Late Bloomers - O Amor não tem fim.
Novamente uma ótima premissa: o envelhecimento de um casal (vivido por Isabella Rossellini e William Hurt), as restrições físicas, a emancipação dos filhos, as mudanças de trabalho e de mercado, o desgaste (ou não) do amor...
Muitas questões profundas e complexas, um ótimo elenco, boas cenas, diálogos divertidos, entretanto um excesso: excesso de personagens, excesso de questões, excesso de sentimentos.
Fica difícil se identificar com as crises e sentimentos das personagens (já que são tantas e muitas vezes não sabemos de onde vem e para onde vão - no mau sentido, pois não entender muitas vezes é ótimo!).
Fica difícil se posicionar com o filme, e as piadas meio soltas e cada hora apontando uma direção vão ficando cansativas...
Acabo achando o filme um desperdício de boas idéias, pois talvez se focasse mais, poderia ser mais contundente...
Ou mesmo Fatal, que fala mais de uma história de amor e seus desdobramentos de ciúmes, comprometimento e afins, mas que aborda com profundidade questões da meia idade...)
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