sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ninho Vazio X a fertilidade do cinema argentino

Há cinematografias que realmente nos arrebatam de tão diferentes que são...

Coreanos como Kim Ki-duk; chineses como Ming-liang; japoneses como Ozu Takeshi Kitano
(*diretor de Dolls - foto);
iranianos como Kiarostami; dinamarqueses como Lars Von Trier.

Enfim, fácil fazer uma lista infinita daquilo que me conquista...
Mas há uma cinematografia que, em geral, não é de tirar o fôlego, mas é tão humana, tão sensível, tão acessível, tão sincera...

Exemplo a se mirar, dadas as semelhanças.

O cinema argentino contemporâneo realmente chama a atenção!

Dos casos mais irreverentes e de maior frescor e força, como Lucrecia Martel (ao lado cena de sua obra prima Pântano);



Até os mais romanceados e novelísticos como Juan Jose Campanella... (ao lado meu preferido dele O Filho da Noiva).


Aliás, pensando sobre o último filme argentino que vi - Ninho Vazio - me ocorreu que talvez o fato da Argentina não investir tanto em novelas faça com que seus artistas ponham os dramas corriqueiros pra fora justamente nos filmes...

Daniel Burman é um cineasta que faz isso...

Ninho Vazio começa chamando a atenção por seu título e temática: um casal cujos filhos saem de casa e os pais passam a se reconfigurar em uma nova rotina...

Sem grande destaque da crítica e sem ouvir comentários de botequim, talvez não tivesse muitos motivos pra ir assistir. Por outro lado, às vezes filmes singelos e de pequenos dramas me envolvem tão mais do que filmes de maior qualidade. Há vezes em que estes filmes mais elaborados não dialogam muito comigo, como os irmãos Coen, por exemplo...


Mas de fato Ninho Vazio deixa a desejar...
Premissa e universo interessantes, mas um protagonista chato, que não nos cativa nem um pouco. E uma trama bastante morna, às vezes bem banal e clichê, inclusive...

O que me fez pensar bastante em nossas novelas...
Às vezes as novelas tem tramas e personagens tão, tão, tão interessantes, mas reproduzir isso em um formato de dezenas de capítulos de 40 minutos, dilata o drama e a qualidade... ao menos pra mim...

Por isso prefiro os dramas em formatos próximos a 100 minutos. Talvez não Burman em Ninho Vazio, mas, por exemplo:



Abraço Partido,  filme interessante, instigante, envolvente, de personagens fortes e dramas cheios de vida!



Ou Direitos de Família: filme super sensível, de uma certa maneira simples, banal, mas com tanta graça e verdade...


Afinal, casar, ter filhos, escolher uma carreira, lidar com a morte,
são questões de nosso cotidiano. 


E normalmente não se dão com centenas de tiros, doenças raríssimas, paixões à primeira vista...

E ver isso em filme...
Adoro!!!

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