Visto há alguns dias e após muitos comentários trocados com amigos, minhas impressões já perderam um pouco seu frescor e também não tem a profundidade da interessante crítica de Fábio Andrade.
Mas vale a pena registrar o envolvimento que tive com a construção não linear e causal do filme (principalmente no segundo terço do filme). Cada vez mais acostumados com filmes em que se vê a apresentação de personagem, se espera o conflito, seu ápice e conclusão, ver algo que sai disso sempre instiga.
E o filme constrói as memórias da família de forma bastante íntima e realista, numa proximidade emocional e em uma estrutura quase literária, se não fosse tão imagética.
Mas antes e por trás disso vem as intenções: Terrence Malick revela sua pretensão de desvendar o sentido da vida (talvez ao invés de tree, ele quisesse chamar de true of life);
De mostrar a graça contida no feminino, a natureza contida no masculino e o pior, a verdade contida em suas imagens.
Indo da gênese apocalíptica da criação da vida, passando pelas memórias da construção de personalidade e de caráter e chegando ao... Céu?
Malick consegue ser brega, moralista, reducionista, afetado e extremamente pretensioso.
E para mim as qualidades ficam um pouco perdidas, já que para um fim que não me convence...
Não compartilho de suas premissas, me canso com sua beleza - de extensa narrativa, calculada poesia, loudosas sinfonias, maneirismos de atuação (em meio a grandes momentos dos atores também).
Mas a graça de uma mãe não pode se resumir à maneira como ela move graciosamente suas madeixas.
Conheço pouco do diretor e ao invés de me motivar, confesso que fiquei em dúvida... Não me rendi nem admirei como Cannes, inclusive contesto suas palmas ao filme...
Apesar de não ter amado Melancholia e de também achar banível as declarações de Trier, ainda assim para mim também há frescor de linguagem e mais contundência ali...
Mas vale a experiência da Árvore, quem sabe Malick não tenha melhores frutos na próxima... Um aperitivo no trailer!
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