Após Feliz Natal e O Palhaço - já comentados aqui, Selton Mello apresenta seu terceiro filme: O filme da minha vida.
Com uma construção narrativa cada vez mais madura: belos cenários, boa reconstituição de época, linda fotografia, Selton se mostra exemplar no apuro técnico.
A trama dessa vez também parece mais complexa do que as anteriores, com mais nuances, tempos, épocas e espaços, mas ainda assim se cria a dificuldade de identificação com as personagens.
Selton parece gostar de personagens contidas, que têm a densidade guardadas dentro de si, mas falta vermos a latência desses dramas, as faíscas do que pode haver por trás, ou melhor, por dentro.
Vemos personagens contidas, com ares de segredos e grande profundidade, mas que não se desenvolvem plenamente. A maneira como se relacionam muitas vezes parece artificial e truncada demais, os diálogos não deslancham e as emoções não vêm à tona...
Justo Selton Mello, um de nossos atores mais carismáticos, não nos apresenta personagens com carisma.
Vemos um contexto e uma história com imenso potencial, mas a vontade é, mais uma vez, de querer ver mais.
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