quinta-feira, 30 de março de 2017

Estopô Balaio - Cristiano Burlan


Cristiano Burlan tem se apresentado como um dos cineastas mais atuantes de sua geração. Um investigador da realidade e curioso também pela dramaturgia e linguagem teatral, Burlan tem se envolvido com experiências diversas e frutíferas.


Da história extremamente pessoal, crua e contundente de Mataram meu irmão - já comentado aqui

Passando por Hamlet, Amador ou Fome, destaca-se um documentário simples e profundo: Estopô Balaio.

O filme registra a vida dos moradores do Jardim Romano, bairro da extrema Zona Leste, já na divisa com Guarulhos, Suzano e Itaquaquecetuba.

Ali, um dos problemas mais graves e recorrentes é a cheia do rio e o inundamento de ruas e casas.

Burlan faz um registro simples e honesto, sem muita interferência da narração cinematográfica e apostando no diálogo com os moradores, não só por seus depoimentos no filme, mas também por seus olhares impressos em câmeras que muitas vezes eles mesmos que portaram.

Esse embaralhamento de discursos se torna ainda mais rico por acompanhar um grupo teatral surgido no bairro - Estopô Balaio - que também se inspira nas histórias dos moradores para fazer sua arte.

Tudo no documentário ganha um misto de realidade e arte. E apesar de ficar restrito nesse único tema e universo pode permitir muitas reflexões além em seus espectadores.

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