Mais uma vez Kim Ki-Duk traz questões profundas e universais organizadas em narrativa cinematográfica...
Ao que pode chegar o total desconhecimento do amor? Carência? Angústia? Ira? Indignação? Violência? Brutalidade?
É um pouco de tudo isso que vemos em Pietà.
Aqui um órfão que não conheceu sua mãe trabalha como cobrador de dívidas de agiotas de forma extremamente cruel.
A violência excessiva parece querer provocar a moral do espectador (ou a piedade). E fazê-lo pensar nas questões psicanalíticas da criação, da maternidade e do amor.
Faz lembrar O Enigma de Kaspar Hauser de Herner Herzog, já comentado aqui. Ou mais ainda outro coreano: Old Boy, de Chan-Wook Park.
E de maneiras mais indiretas lembra também a questão da criminalidade X sentimentos X culpa X moralidade presente em Norte - o fim da história do filipino Lav Diaz, também comentado aqui.
E ainda cruzamentos com filmes de outro mestre da provocação (e do cinema) Lars Von Trier em Anticristo ou Ninphomaniac I e II - todos comentados aqui.
Entretanto em Pietà faltou poesia.
O filme é muito duro, tem uma estética mais pobre que seus filmes em geral (fotografia, arte, som...).
E não traz metáforas e um visual que transcenda tanto, talvez com exceção do lindo e denso plano final.
Ficam algumas sementes das relações expostas (as perdas que vemos no filme e como as pessoas se conectam).
Mas não há a riqueza de seus outros filmes ou de um filme como Dolls de Takeshi Kitano, com comentários aqui.
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