domingo, 19 de fevereiro de 2012

Tomboy - Céline Sciamma


Estimulante ver jovens promissores como a roteirista e diretora francesa Céline Sciamma.
Depois do sucesso com seu curta-metragem Lírios D'água (Naissance des pieuvres), Céline conseguiu projeção e recursos para dirigir uma bela e difícil história: Tomboy.

O mérito começa no casting de crianças e pré-adolescentes que nos conquistam pela graciosidade, espontaneidade e profundidade diante de situações tão complexas.

Especialmente Zoé Héran, que interpreta a protagonista Laure, menina que se apresenta como o menino Michaël, quase em uma versão pré-adolescente de Hilary Swank em Meninos não choram.

Zoé chega a parecer um hermafrodita, tamanha a dúvida gerada sobre sua identidade de gênero, fazendo valer e pensar discussões cada vez mais debatidas -

vide a última entrevista do cartunista Laerte Coutinho na TV, que pode ser assistida no youtube.

Laure é a filha mais velha de uma família classe média que acaba de se mudar para um novo condomínio em uma tranquila cidade francesa.


Laure tem que então se entrosar e se adaptar em uma nova vida e aproveita para se apresentar como Michaël. 

As tensões estão então plantadas: a cada novo amigo, nova interação e novo conflito a complexidade da situação vai aparecendo. E sempre num crescente e com uma suavidade e beleza juvenis.

Lembra o aspecto pueril de Minha vida em cor de rosa, do belga Alain Berliner, outro exemplar de como tratar a questão da homossexualidade na infância.

Sem falar no maravilhoso Amigas de Colégio, de Lukas Moodysson.

Em Tomboy as personagens secundárias também se destacam, seja pelo roteiro, pelos diálogos ou pelas atuações, por exemplo da personagem da irmã mais nova de Laure, ou pela menina por quem ela se interessa.

Passagens divertidas, comoventes, estimulantes.

Envolvem, entretem, comovem e incentivam a reflexão. Não é a toa que ganhou prêmios importantes, como Urso em Berlim em 2011, vale a pena!



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