George Clooney vem se alternando na direção (e de certa forma, um pouco mais desigual, também na interpretação) entre filmes mais cômicos, românticos, leves e populares e filmes de temas mais densos e espinhosos.
Começou com Confissões de uma Mente Perigosa (Confessions of a Dangerous Mind), passou ao ótimo Boa Noite, Boa Sorte (Good Night and Good Luck), no qual narrava um episódio da televisão americana e seus anos de censura em uma luta entre o apresentador Edward Murrow e Joseph McCarthy.
Tema político, ao mesmo tempo histórico e contemporâneo, tamanha a influência da mídia e sua repercussão na vida das pessoas desde seu surgimento. Um filme simples, sintético (poucos atores, locações, cenários) e muito elegante (bela fotografia PB, ritmo e elenco precisos).
Em seguida uma comédia para refrescar - O Amor não tem Regras (Leatherheads).
E novamente o tema político, explicitando ainda mais relações de poder e política.
Tudo pelo Poder (The Ides of March) é uma adaptação da peça de Beau Willimon sobre os bastidores de uma campanha política:
Um candidato à presidência (Clooney - explorando seu carisma para a personagem);
Seus assessores (o excelente Philip Seymour Hoffman - como velho amigo e companheiro - o pouco conhecido Ryan Gosling - como jovem promissor);
E o assessor do concorrente (Paul Giamatti).
No filme as verdadeiras "táticas de guerrilha" de uma campanha: limites de sonhos, metas, aspirações, ética, escrúpulos... Diálogos inteligentes, de humor ácido, de realismo podre (ou de poder).
E em meio às aspirações de poder surgem os desejos da carne (através da jornalista vivida por Marisa Tomei e pela carinha mais conhecida pelas séries americanas, mas com futuro promissor para as telonas: Evan Rachel Wood), para dar mais nuances e mais suspense a esse thriller político.
E nesse triangular de sexo, poder e disputas vem reflexões mais profundas e inquietantes que fazem o filme se destacar além dos bons diálogos e do bom registro dos bastidores políticos.
Filme com temática mais intelectual, mas em roupagem mais comercial... Nos EUA parece que não atraiu muito público, mas parece que renderá bons prêmios. Aqui, dentre várias opções, vale a pena se ver!
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