sábado, 7 de janeiro de 2012

Jeunet e Gilliam: duas mentes fantásticas


Poucos são os cineastas que se arriscam fora do realismo, principalmente em fantasia para adultos, especialmente se não for ficção científica. E raros são os talentosos nessa arte e mais difícil ainda que não sejam puramente comerciais e ainda por cima que sejam exitosos na bilheteria...

Terry Gilliam (esq) e
Jean-Pierre Jeunet (dir) são alguns desses exemplos de exceção.


Conheci Gilliam ainda na infância com o ótimo As Aventuras do Barão de Münchausen (só anos e anos depois vim a conhecer o Monty Python).
Acompanhei alguns de seus seguintes filmes como O Pescador de Ilusões,
Os 12 Macacos e Os Irmãos Grimm


(além da tentativa de adaptação de
Dom Quixote que infelizmente rendeu apenas um documentário sobre todos os percalços de realização).


Jeunet conheci na parceria com Marc Caro no maravilhoso Ladrão de Sonhos, depois que fui ver Delicatessen, e segui acompanhando sua trajetória com O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e Eterno Amor.


Mas esse terreno fantástico não é fácil, muito difícil dosar o inventivo com o narrativo, o absurdo com o atrativo e mais ainda ter certa profundidade como era o caso de Münchausen ou Ladrão de Sonhos.

Por isso em seus exemplos mais recentes:
Micmacs, um plano complicado, de Jeunet e O Mundo Imaginário de Dr. Parnassus, de Gilliam - vejo o talento e a maestria com a qual criam universos paralelos, mas não me envolvo tanto com as histórias.

Muitas vezes parecem quase um pretexto para poder abrigar as personagens mirabolantes e poder dar espaço para tantas cores e luzes.

Micmacs tem uma história divertida e saborosos personagens, mas passados um par de anos (o filme é de 2010) a história já se dilui e já parece quase opaco...


Dr. Parnassus tem ótimos pontos de saída, me promovem mergulhos imagéticos, mas não me levam a lugares tão distantes... 

(não sei o quanto o novo percalço pelo qual passou Gilliam o prejudicou - perdendo seu protagonista - Heath Ledger - em uma morte inesperada e tendo que multifaceta-lo em outros atores).


Acabo preferindo meus próprios sonhos, ou filmes realistas mas que com suas profundidades me permitem viajar dentro deles...

Talvez algo pessoal meu, de não me excitar tanto com a magia da arte desses filmes. 


Acho incríveis as personagens, lindos os cenários, excelente a fotografia e o som, a arte impecável mas sinto falta de algo a mais nos roteiros...

Mas sigo esperançosa com esses diretores, pois talento há e extremamente promissor (já que tantas vezes certeiros)!

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